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Biografia de Bibi Ferreira

"Não quero mais morrer! Nasceu a primavera da minha vida. Ganhei uma filhinha de nome Abigail, a quem chamarei de Bibi. Ela vai cantar, representar e fazer muitas coisas bonitas em um palco", escreveu o ator Procópio Ferreira a um amigo. A profecia não demorou a se realizar.

Bibi fez sua estréia teatral aos 24 dias de vida. Substituiu no palco uma boneca que desaparecera pouco antes do início da peça "Manhãs de sol", escrita por seu padrinho, Oduvaldo Viana (pai), marido da cantora Abigail Maia. Bibi subiu ao palco no colo de sua madrinha, de quem herdara o nome.

A menina cresceu para se tornar uma artista de muitos talentos. Canta, dança, atua, toca piano e violino, compõe, dirige atores e apresenta programas de TV. Aos três anos de idade, estreou como dançarina em Santiago do Chile, com sua mãe, a bailarina Aida Izquierdo. A Companhia de Revista Espanhola Velasco viajou a América Latina inteira. De volta ao Brasil, entrou para o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Aos nove anos, o Colégio Sion, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, negou sua matrícula por ser filha de um ator de teatro. Bibi completou o curso secundário no Colégio Anglo-Americano e aperfeiçoou os estudos de balé em Buenos Aires, Argentina, no prestigiadoTeatro Colón.

Aos 14 anos compôs sua primeira valsa ao piano. Em 1941, com 18 anos, foi Mirandolina, em La Locandiera, de Goldoni. Cinco anos depois, Bibi fundava sua própria companhia teatral, em que atuaram Cacilda Becker, Maria Della Costa e Henriette Morineau.

Em sua passagem pela televisão, comandou os programas "Brasil 60", que inaugurou a TV Excelsior, "Brasil 61" (líder de audiência), "Bibi Sempre aos Domingos". Na TV Tupi, "Bibi Especial" e "Bibi ao Vivo", além do "Curso de Alfabetização para Adultos", pelo qual recebeu o prêmio de Melhor Comunicadora, no Festival Internacional da Cultura em Tóquio.

Sua atuação foi antológica em "Gota d'Água", de Chico Buarque e Paulo Pontes. Bibi colecionou sucessos com musicais como "My Fair Lady", em cartaz por três anos, "Alô Dolly" e "Piaf, a Vida de uma Estrela da Canção", que ficou quatro anos em cartaz e excursionou por todo o país e exterior. A última apresentação de "Piaf" foi em Portugal, com elenco português.