Bïa Krieger, dona de uma voz doce e cadenciada, divide-se numa ponte aérea entre o Brasil, sua terra natal, o Canadá e a França.
Aos três anos de idade, Bia fugiu da ditadura militar brasileira com os seus pais. Durante sua infância acabou morando no Chile, no Peru e em Portugal. A multiplicidade de tais culturas influenciaram
o seu universo musical.
Bia voltou ao Brasil após a promulgação da Lei da Anistia em 1980, onde passou a sua adolescência.
Aos 18 anos, Bïa entrou na Universidade de São Paulo no Departamento de Jornalismo. Decepcionada com o ambiente acadêmico, ela decidiu viajar para a Europa antes de acabar seu curso. Acabando por morar na França.
Após alguns anos de viagem, impregnando-se da cultura francófona, Bia trabalhou para realizar seu desejo de aproximar-se da música profissionalmente.
Em 1997, Bïa lançou seu primeiro disco La Mémoire du Vent ("A Memória do Vento"), sucesso de crítica e público na França. Suas adaptações em francês de músicas de Chico Buarque lhe valeram a aprovação e os elogios do próprio Chico.
Destaque para as canções “Mariana”, “Coer Vagabond”, que é uma versão em francês de “Coração Vagabundo” de Caetano Valoso e “Portrait en Noir et Blanc” releitura
de “Retrato em Branco e Preto” de Tom Jobim e Chico Buarque.
Em 1998, Bïa gravou a música tema do filme Hasards et Coincidences, de Claude Lelouch (que conta também com a música "A Volta do Malandro", de Chico Buarque).
Boa parte de seu repertório é composto de versões em francês de clássicos da nossa MPB que permeiam entre o jazz e a bossa nova, e conta com adaptações de sucessos nacionais para o francês, e de hits franceses para o português, très amusant.
Os arranjos dessa catarinense radicada em Paris são, evidentemente, uma mistura da despretensão latina com o pragmatismo europeu, reforçando a inclinação ao sincrético que é típica dos músicos brasileiros. Com sua voz doce e seu riso solto, Bïa Krieger é sucesso de crítica na Europa e Canadá.
Em 2000 em seu disco Sources ("Fontes"), Bïa mostrou sua influência afro-brasileira em letras em espanhol, francês, português, italiano e inglês. Este disco deixou espaço à virtuosidade dos instrumentistas que participaram dele.
Em 2003, Bia lançou o seu terceiro disco "Carmin", e em 2006, "Coeur vagabond / Coração Vagabundo", composto por metade de adaptações de músicas francesas
em português, e por metade de canções brasileiras em francês, como: Como uma onda no mar, de Lulu Santos que ganhou uma versão para francês na interpretação de Bia Krieger.
O disco recebeu prêmios na categoria World no Canadá e entra em lista de mais vendidos em seu lançamento na França.