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Terreiro de Safado

Bezerra da Silva

Que terreiro é esse
Que o Pai de Santo é safado (é canalha é caô)
Pega Santo com a mão no bolso
Com um olho aberto e o outro fechado

E com água de cheiro perfuma o terreiro
Com defumador ele cruza o congá
Belisca as Filhas de Santo, dizendo "a gira vai começar"
Quando é pra fazer despacho, veja a lista do safado
Pede frango com farofa, cerveja gelada e uísque importado

Que terreiro é esse
Que o Pai de Santo é safado (é canalha é caô)
Pega Santo com a mão no bolso
Com um olho aberto e o outro fechado

Ele joga Búzios com "chapinha"
E diz que adivinha o passado e o presente
Risca ponto de fogo no prato
Com aquela pólvora diferente

Incorpora um tal de Zé Pilantra, e o seu Tranca Viela
Vem gente de todo lugar pra se consultar na favela
E na gira do povo da rua, ele diz sorridente a hora da gandaia
Vão embora os perna de calça que agora só fica os rabo de saia

Só rabo de saia
Só rabo de saia
Olha eu não quero macho no terreiro
Porque macho atrapalha

Que terreiro é esse
Que o Pai de Santo é safado (é canalha é caô)
Pega Santo com a mão no bolso
Com um olho aberto e o outro fechado

(repete)

Composição: Gil de Carvalho / Tito da Silva / Jô Poeta





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