Beto Mi nasceu Casale Miranda, na cidade de Guaratinguetá, Vale do Paraíba/SP, às margens do Rio Paraíba do Sul, aos pés da Serra da Mantiqueira.
Muito cedo, percebeu-se o seu interesse pela música, quando se emocionava ouvindo rádio ou discos de seu pai, com músicas clássicas ou os clássicos da música brasileira ou, ainda, quando passava horas ouvindo o violão do grande Dilermando Reis, ao lado da casa de seus avós, o que não era comum para meninos de sua idade.
Sua alma viajava, muito além das brincadeiras de rua com as outras crianças, e o levava a realidades que, sem que ninguém percebesse, devagar iam se concretizando.
Mais tarde, já na adolescência, cantou em coral, sob a regência do Maestro Martinho Lutero, tocou em bandas marciais e grupos musicais, que entre outras coisas, tocavam em missas de jovens, na região. E já sonhava com vôos mais altos.
Em meados da década de 70 mudou-se para São Paulo, para cursar a Universidade, e começava ali a trilhar seu caminho musical.
Nas andanças por bares de estudantes e noites paulistas, conheceu outras realidades, pessoas e personagens, que ficaram para sempre registradas em sua memória, enriquecendo suas poesias e iniciando-o em suas lutas pelos direitos de uma sociedade mais humana e mais justa.
Nessa mesma época, foi convidado a participar do grupo de Teatro Experimental Universitário -TEU, onde atuou como diretor musical. Logo emseguida começou a participar de festivais de MPB, que eram muito respeitados e que serviram de escola para muitos músicos e compositores daquela época.
Tornou-se conhecido e respeitado, no meio, por vencer vários festivais e por ter recebido, várias vezes, os prêmios de melhor letra e melhor intérprete.
Foi chamado de o “Rei da Afinação”, por Durval Ferreira e de “Divino”, por Ângela Maria. Armazenou diversas vitórias e conquistou vários amigos e parceiros,com o seu trabalho e a sua humildade e simpatia.
Em 1982, após vencer o festival de Ubá - MG, com a música “Ói u Trem”, onde recebeu o prêmio das mãos do compositor Alcyr Pires Vermelho, que o comparou a Chico Buarque de Holanda, no início de carreira, foi convidado por diretores da gravadora RCA Victor, presentes ao evento, a gravar seu Primeiro Disco, um Compacto que foi distribuído somente no estado de Minas Gerais.
No ano seguinte, 1983, assinou um contrato com a gravadora RCA e lançou seu Segundo Compacto, desta vez com distribuição em todo território nacional.
Em seguida lançou o seu Primeiro LP “BETO MI”, que foi produzido por Durval Ferreira, e contou com as Participações Especiais de Hector Costita
Ubirajara (bandoneão) e Milton Banana (percussão). Esse disco vendeu mais de 100.000 cópias, na época, e tornou-se um grande sucesso nacional, com destaque para o norte e nordeste do país.
Nessa longa caminhada, Beto MI conquistou amigos e parceiros que só vieram a acrescentar na sua vida e conseqüentemente no seu trabalho, como: Sá & Guarabyra, Flávio Venturini, Paulinho Pedra Azul, Nando Cordel, Vanusa, Ney Marques, Ivan Lins, Ronnie Von, Durval Ferreira, Rosemary e Nilson Chaves, só para citar alguns nomes de destaques na música brasileira contemporânea.
Seu primeiro LP foi muito elogiado pela crítica e é considerado hoje, por alguns, um disco clássico na MPB.
Foi convidado a participar do 3o. Festival do Disco Visão em Canela - RS, tendo a oportunidade, nesse período, de conviver mais de perto com CANTORES de renome da nossa música, como: Luiz Gonzaga, Nelson Gonçalves, Altemar Dutra e Jamelão, entre outros.
Em 1986, Beto Mi lançou seu Segundo LP “ESPELHOS”, com produção de Ney Marques, pela gravadora Polydisc.
Seguindo seu contínuo sucesso e mais uma vez levado por seu espírito ousado e sonhador, transferiu-se temporariamente para o nordeste, para ampliar seus conhecimentos e enriquecer seu trabalho, mesclando assim a sua cultura com a nordestina, tão rica e tão forte em suas raízes.
Em 1989, Beto Mi dedicou-se à gravação de seu TerceiroLP. Contando com a força de amigos e parceiros lançou “UM TEMPO PRA SONHAR” pela gravadora WB/Continental. Este trabalho foi, também, produzido por Ney Marques e contou com a Participação Especial da dupla Sá & Guarabyra na faixa
“No coração de quem ama” de Guarabyra e Beto Mi. Este disco obteve grande sucesso, com as músicas
“Espanhola” - Guarabyra e Flávio Venturini e “Sonhos de Primavera” - Beto Mi, sendo executado em todas as rádios do país, o que lhe rendeu um vídeo - clipe e a indicação para o Prêmio Sharp 1990.
Depois de muito trabalhar e de passar sete anos vivendo e cantando o nordeste, Beto Mi fechou um ciclo de sua carreira.
De volta a São Paulo, em 1995 grava o seu 6º disco e 1º CD “Andarilhos da Luz”. Este CD teve a produção do próprio Beto Mi e a Participação Especial de sua filha Thais Giubelli Miranda, na época, com 11 anos de idade.
Em 1999, lançou o seu 7º disco, o CD “16 ANOS DE BETO MI”, em comemoração aos 16 anos de carreira e, também, ao final do milênio.
Com a sua volta a São Paulo, Beto Mi redescobre seus vales, suas serras, seus rios, suas matas, cachoeiras e acima de tudo, a sua gente. Enfim, canta suas próprias raízes, advindas dessa cultura única e ao mesmo tempo tão mesclada dentro de seu próprio universo, somando-se a isso tudo, a cultura nordestina, bem brasileira.
Aproveitando bem essa universalidade cultural e acreditando que a música é realmente a ”linguagem universal”, Beto Mi vem trabalhando o Projeto Educativo, Musical, Cultural e Ambientalista “Planeta Caipira”.
O “Planeta Caipira” é um Projeto Social que tem a aprovação da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e da Fundação SOS Mata Atlântica, e vem sendo desenvolvido em Escolas da Rede Pública de Ensino do Vale do Paraíba, com o apoio de empresas e autarquias.
Este trabalho canta mais do que a preservação da vida – a nossa e a do planeta, em sua total comunhão e dependência - mas o nosso lugar nele,a nossa gente, a nossa cultura, a nossa arte, as nossas matas, as nossas águas e até mesmo, a criação do planeta Terra, de uma forma simples, bonita e compreensível.