Assumi o compromisso
De só falar a verdade
Nunca minto em peleja
Jamais neguei a idade
Tenho perto de noventa
Beirando cento e quarenta
Tô em plena mocidade
Tenho credibilidade
Pra falar de pansofia
Desvendo qualquer mistério
Na primeira cantoria
Sou um sujeito comum
Porém o número um
O pai da filosofia
Criei a simbologia
Dei nome a todos os bois
Tenho amostras de pangéia
Fui amigo desses dois:
De Abel e de Caim
Que falaram bem de mim
Antes, durante, depois
Escrevi num grão de arroz
O imenso Guerra e Paz
Movimentei os cometas
Para frente, para trás
Fiz cruzar os paralelos
Calei todos “parabelos”
Se roncou num ronca mais
Não atiro por detrás
Mando se virar primeiro
Minha rima vai na testa
Sempre sou o derradeiro
A me segurar em pé
Veja a coisa como é
Ganho a vida num pandeiro
Eu não gosto de dinheiro
Se tiver em mão alheia
Menina nova não quero
Cheira a grade de cadeia
Sou um sujeito sinistro
Nunca houve um registro
De me ver com mulher feia