Velha gaita que eu desdobro num bugio bem compassado
E trás as prendas pra sala num xote de par trocado
Me acompanha com carinho quando eu fico apaixonada
Eu quero morrer de velha contigo no meu costado
Nasci em cima da serra gaiteira por vocação
Me sinto dona do mundo com minha gaita na mão
O serrano quando nasce e logo que é batizado
Já dá os primeiros passos sapateando num teclado
Não tem prenda que resista ver um serrano tocando
Seja solteiro ou casado termina se apaixonando
Minha voz é voz do pampa ecoando nos rincões
Deixando velhas cantigas para as novas gerações
O serrano quando morre tem que aumentar o caixão
Pra enterrar a gaita junto nos sete palmos do chão.