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Mulher De Ninguém

Benedito Seviero

Como posso ser feliz na minha vida
Viver ausente da mulher que mais amei -
Com tristeza eu recordo a despedida
Daquela ingrata com quem eu tanto sonhei.
E sozinho hoje entro em meu quarto
Esta saudade fazem meus olhos chorar
O meu consolo é beija o seu retrato
Enquanto os outros no seu rosto vão beijar.

Ela teve tudo que sonhava neste mundo
O seu desejo era viver na liberdade -
Dando em meu peito esse golpe tão profundo
Deixando em mim a cicatriz da falsidade.
Vejo a aliança que ela ainda traz no dedo
Foi recebida de joelho em frente ao altar
A lei divina foi pra ela um brinquedo
Indo pra lama destruindo o próprio lar.

Hoje ela vive de boêmios rodeada
Trocando abraços por um copo de bebida -
Todos se afastam quando chega a madrugada
Fica sozinho maldizendo a própria vida.
Vendo seu rosto não esconde mais a mágoa
Olha a aliança que é o espelho do passado
Chama o meu nome com os olhos rasos d’água
De pouco a pouco vai pagando seu pecado.






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