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Flor da Lama

Benedito Seviero

Venho agora dizer adeus aos meus amigos
Eu já não posso mais viver neste lugar
Pois a mulher que viveu sempre comigo
Manchou meu nome e na lama foi morar
O nosso lar que era um ninho de amor
Hoje é um recanto que só existe a solidão
E na lama nasceu uma nova flor
Para enfrentar aquele ambiente da perdição

E sozinho no silêncio do meu quarto
Quantas vezes amanheço acordado
Sempre olhando na parede o seu retrato
Relembrando quando estavas ao meu lado
Sinto a mágoa destruir minha existência
Tenho vergonha de saber aonde ela mora
Não podendo suportar a sua ausência
Soluçando de saudade eu vou embora

Tarde da noite quando se apaga a luz da rua
Vem os boêmios, passam em frente a minha janela
Sobre meu leito sozinho escuto uma voz na rua
Que vem passando que vem falando o nome dela






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