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Meu Alerta

Baitaca

(Pra todos tauras chinero, aqui vai o meu alerta
Se ainda tá restando uns troco, abra o zóio boca aberta!

Eu era um índio metido na xucra lida amorosa
Era louco por luz negra e essas menina cheirosa
Vivia com os bolsos cheios ficavam bem carinhosa
De certo nem percebi, de repente empobreci
E elas não quiseram mais prosa

Tinha umas poucas amantes e eu que era o gostoso
E elas pra me explorar me chamavam meu esposo
Igual veio apaixonado, ficava bobo e dengoso
O dinheiro terminou, e este bugre ficou
Com a água arriba do toso

Os meus tareco que eu tinha elas fizeram inventário
Essas malandras da noite, querem o conto do vigário
Eu que era o bom de cova e ninguém dizia o contrário
Pensava em ser o gostosão eu que era o malandrão
Não passava de um otário

Depois dos lugar que eu ia sempre a mesma ladainha
Com cara de sorro manso um gozador sempre vinha
Baitaca tu me responda o que que fez c’ôas bunitinha
A resposta era da hora se foram todas embora
E levaram tudo que eu tinha

Nunca gostei de dinheiro e nisso eu nem sou apegado
Só uma coisa acontecia que me deixava magoado
Nos lugar que eu fui querido empobreci fui desprezado
Chegava e ficava ouvindo o chinedo fala rindo
Já vem vindo aquele enjoado

(Quando eu tinha dinheiro eu era bonito, uma barbaridade
Agora tô feio em quantia)

Por isso vai meu alerta, presses metido a chinedo
Essas bonecas da noite querem mesmo é só o dinheiro
Arrumei uma bem linda, que me escolheu pra parceiro
Eu que fui metido a macho, hoje to igual leitão guacho
Incomodativo e caseiro

Composição: Maria Cleunice Almeida Jurak





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