Num farol qualquer desse Brasil
A mãozinha suja se estendeu
Eu olhei para os olhos que me viu
Nos seus olhos eu ví um filho meu
Hesitante ele me pediu
Qualquer coisa que eu pudesse dar
Um trocado, um pedaço de pão
Um abafo ou quem sabe um lar
Procurei no meu bolso dinheiro
Que fechava meus olhos a pobreza
A moeda que me redimia
Do remorso por minha avareza
Mas lembrei então do meu filho
Que era aquele bem em frente a mim
Sem passado, presente ou futuro
Sem escolha pra vida
Cansei de esperar
Quero ajudar