São tantos e tão poucos tem noção
De como se inaugura uma nação
Não é bem com monumentos
Ou com balas de canhão
É quando uma brisa bate na respiração
E entra no juízo de um João
Que dedica todo empenho
E amor ao seu engenho
Para arejar os cantos da canção
E dar sentido a nossa sensação
Milhares de partículas no ar
Reviravoltam numa vibração
Para nos dar sua benção
Para nos tirar do chão
Como se a rotação da terra fosse então
Essa voz e esse violão
Quando uma só pessoa
No silêncio a perfeiçoa
Toda multidão escuta o coração
E se torna civilização