Gaivotas
Eu quando saio pelo mar afora
faço de conta que já vou embora
mas apenas fico nas mentiras
que matam por momentos desventuras
Tantas gaivotas rodiando o barco
como crianças rodiando adultos
gaivotas e crianças se misturam
e fazem do meu barco a minha calma
Meu corpo balança sobre as águas
e o olhar se afoga no meu pranto
é que eu bem distante lá da terra
não compreendo gente que maltrata e erra
Minhas mágoas, tantas frustrações
eu vou deixar neste mar quando anoitecer
e lá em casa ninguém vai saber
quando eu chegar vou sorrir e adormecer
Quando eu paro o barco em águas mansas
olho de repente pra alturas
e percebo em meio a nuvens brancas
uma gaivota calma e solitária
Ela deve estar olhando o mundo
e tomando conta das pessoas
esta gaivota é importante
é pena que ela fique tão distante
Eu perdido em tantos pensamentos
me pergunto as vezes se ela sabe
que o amor se perde por dinheiro
e o homem se destroi no mundo inteiro
Mas lá em casa ninguém vai saber
quando eu chegar vou sorrir e adormecer