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Flor-de-lis

Angelica Rizzi

Lírio sagrado embalado,
pela umidade do seu corpo
No ritmo da canção lúbrica
Que sai da sua boca

Gotículas adocicadas
Pululam a nossa volta
Recheando o ventre
E, a noite clara de doçura.

Nuvens de ar
Vontade de rir,
Ao soluçar

Visitar as cores
Da infância
Ser fêmea
criança

A mulher cobriu a menina de sol
Borrifou seu perfume primaveril
Vestiu-a de musselina

Percorreu os campos outrora proibidos
e, a flor-de- lis pariu em seus joelhos
jocosos

flores- de- lis
espalhadas pelo seu corpo,
no seu sexo
invadindo sua poesia, sua sina






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