Ao longe vê-se a ponte
O céu que muda
Entre o princípio e o fim
Ao fundo vê-se um monte
De casas velhas
De cor entre ocre e carmim
Eu espero no tempo
Algum sinal teu
Enquanto a saudade aperta
Agarro-me ao mundo
Recolho o que é meu
A ver se a vida se acerta
Naquilo que prometeu
Desenho no horizonte
Uma viagem
Que faço sem me mover
E passo sobre a ponte
Para outra margem
Onde pudesse perder
O peso dos dias
A dor do caminho
Que fica agarrada à pele
Se a vida voasse
Para além do destino
Como a cabeça nos voa
Numa folha de papel