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De Sonhos Vãos

Analise Severo

Noite em minh'alma
pelas estradas, vou abrindo vergas
já não se enxerga, e eu não confio no tatear das mãos
meus passos vão,rondando a esmo sem achar caminhos
provando espinhos, vão molhando o rosto
sentindo o gosto da desilusão

Na solidão, meus sonhos voam pelas madrugadas
vão como as vagas, varrendo os mares, sem olhar pra trás
cada vez mais, me sinto afeito ao grito dessa estrada
buscando a frente a luz de uma pousada
na esperança de me encontrar

E assim se vão, vão como os ventos, de qualquer verão
e assim se vão, rompendo as velas do meu coração
e assim se vão, meus sonhos potros vão seguindo as nuvens vão repontando estranhas inquietudes, a cada entardecer...

Sol na minha cara, a luz enfim, veio me acompanhar
já não se apaga ao simples fato de me ver chegar
sou mais agora, me fiz mais forte com os pés no chão
tendo um amor ao alcance das mãos
e um mate novo pra me aquerenciar

E assim se vão, vou aprendendo a não sonhar em vão
e assim se vão, vou recompondo o meu coração
e assim se vão, meus sonhos moços vão ganhando rugas
vou enfrentando os ventos e as chuvas,
na arte de viver..

Composição: Renato Santos de Souza





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