Naquela casinha branca
Lá no arto do espigão
Lugar eu fui criado
Eu e mais meu irmão
Ele cuidava do gado
Eu tratava as plantação
E o nosso casar de veio
Sentia satisfação
Depois de nóis home feito
Veio a dissolvição
Meu irmão trio a sina
De malvado e valentão
Não dormia mais em casa
Vivia pelo sertão
Surrano gente na estrada
Sem te nem uma questão.
Um dia chega lá em casão
O inspetor de quarteirão
Falo pra minha mãezinha
Me desculpe a intromissão
Seu tio foi condenado
Trinta anão de prisão
Ele mato p'rá robá
O fazendeiro Simão.
Minha mãe soltou um grito
E morta caiu no chão
Meu arranco da faca
E espeto no coração
Eu saí que nem um louco
Varando aquele sertão
Encontrei ele escondido Num ranchinho no sertão.
Eu gritei tu é assassino
E não tem mais salvação
E com dois tiro certeiro
Eu matei o meu irmão
P'ra livra ele da cadeia
Só p'ra não vê a judiação
Fui me entrega na justiça
Me dero absolvição.
Essa tragédia ainda mora
Na minha imaginação.