Naquela tarde sombria, do dia seis de janeiro
Eu vou contá pra voceis, a morte do Canoeiro
Levaro rede e canoa, ele e o seu companheiro
Os coitado não sabia, que era o dia derradeiro ai ai.
Companheiro bate o remo, que o Rio Pardo ta enchendo
Já está cobrindo a proa, nem a marge não to vendo
Ele remava ligero, mas não tava percebendo
Que pro lado da cachoeira, a canoa ia deceno ai, ai.
Pescadô e canoeiro, suas oração fazia
Tava na hora marcada, já tinha chegado o dia
Lutando côa correnteza, inté úrtima agonia
E depois de meia hora, nem a canoa se via ai , ai
A correnteza roncava, a canoa foi enchendo
A tempestade arrasava, o céu foi escurecendo
Relampiava e trovejava, a natureza tremendo
Os grito já foi sumindo, foro desaparecendo ai, ai.
Adeus o rio criminoso, o canoeiro grito
Deu côa mão a despedida e nas água se afundô
Dexaro muiê e fio, destino é que separo
Acabo-se o canoeiro, a canoa e pescadô ai, ai.