O povo fala
O povo fala mesmo
Andam dizendo que eu meto a mão
Eu toco forte, eu furo o couro
Eu mando bala, eu meto cara
Mas eu não fujo do combate êiêiêê
Que eu jogo duro, brigo feio, mando a lima
Sonho alto, quero muito e nada me sufoca
Mas nada disso me provoca êiêiêê
E comentam que eu corro muito, invento moda
Caio dentro e nada disso me entristece
É gente que não me conhece êiêiêê
O povo fala e fala mesmo
E falam pelos cotovelos
Se eu bebo de madrugada, me chamam de arruaceiro
Quando eu bato, quando eu brigo, me chamam de barraqueiro
Eu vou fazendo o meu batuque, me chamam de batuqueiro
E se eu to forte, to na pilha, já me chamam de parceiro
Mas se eu to numa cilada, não passo de maloqueiro
Se eu to sempre numa esquina, viro logo macumbeiro
Quando eu mudo a levada, levo fama de funkeiro
Compensando a anatomia, o povo fala sem ter dó
São dois olhos, dois ouvidos
Mas a boca é uma só e fala