Mas fazê o quê? Mas fazê o quê? Tem tanta coisa errada.
Mas fazê o quê? Mas fazê o quê? Tanta história mal
contada. Mas fazê o quê? Mas fazê o quê? Parece até
piada. Mas fazê o quê? Descruzar os braços, só pra
começar. Dar a mão ao seu irmão pra continuar, pra
fazer diferença, pra fazer a obra e não ficar como se
tivesse tempo de sobra. Pró atividade geral, geral,
morgação, preguiça, parece estátua de sal, apatia é
doença espiritual. Tô fora meu irmão, tô fora geral! É
tão triste ver o irmãzinho, sentado, reclamando no
cantinho com o vizinho, criticando o jeitinho das
coisas serem feitas. Fazendo cara feia, Boi Boi da
cara preta. A Seara é tão grande que nem dá pra pensar
em voltar lá pro meu Ceará. Tem tanta coisa pra fazer,
rever e recomeçar. Nem dá pra ficar pelas praias de
lá. É tão duro de ver você fingir que não vê, que tem
tudo pra fazer, tem tanto pra mudar, tanto pra
contribuir, pra jogada rolar. Palhaçada ein? Há Há Há
Há Há! Ei! Qualé? Não é pra rir, é pra chorar. Por
quê? Porque, ora, por quê. Porque não dá pra esconder
o jogo e amarelar. Deixar de falar o que tem que
falar. Mas eu vou falar. Tem irmãzinho que já carimbou
o passaporte, tá tranqüilo, garantido, se acha um cara
de sorte. Afinal, pobre dos que não são o que ele é.
Fariseu, não tem vida, é um crente Zé Mané. Peraí.
Vamos zelar pela língua portuguesa. Tudo bonitinho.
Tudo uma beleza. Tá bom, tá certo, é o crente José
Manoel. Amar de verdade? Pra ele só no céu. às vezes
eu me pergunto se tô tentando separar o joio do trigo,
porque assim não vai rolar. O que eu tenho que fazer é
o meu papel. Senão eu perco a honra e tudo vai pro
beleléu. Que é isso Amaury, mas que gíria mais
antiga.. Pra CE vê a tradição, pod ser a nossa amiga.
Aí assembleiano, aí batista, aí quadrangulation,
renascentista, prebiteriano e tal, metodista, irmão
universal. Um mia, o outro uiva, o outro au au au, e
aí, somos irmão ou não, afinal! Nosso nome tá
juntinho, tá na lista, todo mundo escrito no livro da
vida. Unidos por Jesus, brigados por tanta besteira. É
parceiro, é brincadeira! Bíbli sagrada na mente, Jesus
no coração, é assim que o crente anda, meu irmão.
Evangelho puro, coragem de pagar pra ver, e aí, vamo
ou não vamo dar a cara pra bater? Mas fazê o quê? Mas
fazê o quê? Tem tanta coisa errada. Mas fazê o quê?
Mas fazê o quê? Tanta história mal contada. Mas fazê o
quê? Mas fazê o quê? Parece até piada. Mas fazê o quê?
E é o nome de Jesus que tá em todo lugar, e às vezes
num dá nem pra acreditar. Tanta falação, tanto Blá Blá
Blá. Dá vontade de chegar e perguntar: ?Peraí! O quê
que é?? É a criancinha com a sainha bem curtinha no
Gugu, toda, toda sensual. Erotização infantil e
ninguém fala nada. Por quê? Me diz, por quê? Ora
porque pega mal. Pega mal uma pinóia. Quero ver a
gente começar a viver e para de contar história. Desde
de que o crente inventou de querer entrar na moda a
gente ouve cada marmota. Ei, sabia que a Madona se
converteu? Ei, sabia que eu sou da igreja da Tiazinha?
É só botar Jesus numa música bem baratinha, que todo
mundo acha uma gracinha. É pagodeiro meia boca,
abrindo a boca, pra falar de coisas como abençoar,
falando também dessa paixão muito louca, que bom que
tirou a roupa. Peraí! Assim não dá! E ainda tem gente
que se pergunta se já se converteu, e fica admirando
ali, achando bonitinho. Só prova que tem gente que não
tá enxergando nem um palmo a frente do seu narizinho.
Não sai da mesma fonte o doce e o amargo. Tá na hora
de acabar com essa confusão miserável. É uma missão
que rebaixa o nosso Deus e nos humilha. Fico injuriado
meu irmão, fico louco, fico uma pilha! Cheio de energia
pra começar a fazer, evangelho puro, cheio de amor, doa
a quem doer. Mas fazê o quê? Mas fazê o quê? Tem tanta
coisa errada. Mas fazê o quê? Mas fazê o quê? Tanta
história mal contada. Mas fazê o quê? Mas fazê o quê?
Parece até piada. Mas fazê o quê? Tá na hora de se
unir e se amar. Tá na hora de quebrar as barreiras. Se
concentrar no evangelho, no que não se discute, não
ficar aí brigando por besteira. Juventude cristão
brasileira, tá na hora de largar a mamadeira, esquecer
o que-suco, deixar pra lá o mingau e vir pra feijoada
espiritual. Alimento forte pra hora da batalha,
artilharia de amor da pesada. O tempo é hoje, a hora é
agora e você, vê se não fica de fora! Mas fazê o quê?
Mas fazê o quê? Tem tanta coisa errada. Mas fazê o
quê? Mas fazê o quê? Tanta história mal contada. Mas
fazê o quê? Mas fazê o quê? Parece até piada. Mas fazê
o quê?
Hoje, pela primeira vez na vida, eu parei, e não só
pensei, mas entendi que a vida aqui pode ser longa
apesar de ser curta. E quando paro pra meditar nesse
pensamento lógico, mas mal compreendido, eu enxergo
muitas coisas. A primeira vem com muita doçura e
clareza, Deus está no controle da minha vida, mesmo
nas minhas horas de descontrole, de mágoa, dor e até
desespero. Ele sempre esteve lá, aprovando ou
desaprovando, cuidando ou simplesmente permitindo. A
segunda é poética, doce a amarga ao mesmo tempo, dura
e bonita, com certeza desafiadora. A vida só é
realmente longa pra quem passa por ela vivendo
inteiramente. Sem pular nenhuma de suas etapas. Só é
longa pra quem vive com verdade e o máximo de
sobriedade e consciência possível. O perdão sofrido, a
gargalhada solta, a doçura do silêncio e os seus
desafios, o sentir o vazio e a dor no momento duro e
calado, os detalhes, o aprender de verdade, o olhar
nos olhos com realidade e honra, a beleza de uma vida
manchada, mas aberta, a benção de uma vida reta porém
humilde, a capacidade de chorar, o perdão de Deus e o
Seu aconchego, Sua recompensa, o voltar atrás e o
servir. A terceira coisa, é que com certeza as coisas
e as pessoas passam, mas o amor, não. As sombras se
vão e o sol do Senhor brilha, e apesar de às vezes ser
ofuscado, nunca saiu de lá, do mesmo modo que nunca
saíram de lá o seu perdão disponível e o seu amor
verdadeiro. Depois de pensar nisso, só me resta sorrir
pra Deus e receber seu maravilhoso abraço, agradecer,
observar e me preparar, pois com certeza, com muita
certeza, a vida será longa, como já tem sido e como eu
sempre quis que fosse.