Porque enganas a tristeza
Quando a idade te pesa
E a culpa reaparece
No teu olhar transparente
A verdade é indiferente
Ao teu corpo que envelhece
Recusamos a mudança
Ao contrário da criança
Que insiste na descoberta
Somos filhos do segredo
Criados para ter medo
De viver a vida incerta
Na suprema servidão
Negaremos a paixão
E o amor é sacrifício
Quem nos vale à nossa beira
Para encontrar a maneira
De voltar tudo ao início
No silêncio há mais vida
Que na terra prometida
A quem parece ter sorte
Há memórias que se apagam
E outras que se alimentam
No esquecimento da morte