Segue a estrada distraída, presa à saia que esvoaça
Como sem se entrega à vida, entre as mãos que o vento enlaça
No desenho desse andar, há um quê d'amor perdido
Uma história por contar, dum desejo proíbido
Já sentada à sua porta, ergue os olhos para o céu
Com a saia não se importa, porque a lua se acendeu
Por encanto ou fantasia, acordei pela noite fora
Nada mais na noite havia, que o meu sonho a ir-se embora
Numa sombra recortada, pelo chão vazio e duro
Voa a saia amarrotada, de cetim em rosa escuro
Entre o sonho e a realidade, um minuto sorridente
Tem o espaço da verdade, em que a vida se desmente