Que menina é aquela que vem de tão longe?
Tão longe, tão triste e pensativa
Ela vem de onde?
Que rosto é o rosto dela
Que sorriso esconde
Que sonhos vêm com ela
Menina, me responde
Eu ando por aqui
Por aqui assim-assim
À procura de uma agulha
Que eu aqui perdi
Era agulha que eu bordava
Meus vestidos, meus encantos
Meus dias coloridos
Meu Deus, que foram tantos
Menina, vá pra casa
Vá dizer a seu pai
Seu pai
Que uma agulha que se perde
Não se acha mais
Eu achei, brinquei com ela
Espetei meu coração
Na dor foi-se o brinquedo
Do amor fez-se a canção
Vem viver
Que a vida inteira roda
Roda uma estrada, um violão e um canto
Roda à procura eterna de um recanto
Onde outras rodas possam se encontrar
E cantar como eu cantava outrora
Quando ao meu canto respondia a aurora
Em versos claros como a luz do dia
Em que a poesia cantará o amor