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Doce de Coco

Alaíde Costa

Venho implorar pra você repensar em nós dois
Não demolir o que ainda restou pra depois
Sabes que a língua do povo é contumaz traiçoeira
Quer incendiar, desordeira, atear fogo ao fogo

Tu sabes bem quantas portas tem meu coração
E os punhais cravados pela ingratidão
Sabes também, quanto é passageira essa desavença
Não destrates o amor

Se o problema é pedir, implorar
Vem aqui, fica aqui
Pisa aqui neste meu coração
Que é só teu, todinho teu
E o escorraça e faz dele gato-e-sapato
E o inferniza e o ameaça
Pisando, ofendendo
Desconsiderando e o descomposturando
Com todo vigor
Mas se tal não bastar
O remédio é tocar esse barco do jeito que está
Sem duas vezes se cogitar
Doce de coco, meu bom bocado, meu mau pedaço
De fato és o esparadrapo que não desgrudou de mim






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