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Cantiga De Montemaior

Adriano Correia de Oliveira


Tu que vens agora de Montemaior
Que de Montemaior agora és chegado.
Diz-me se trazes recado do meu amor
Lá do meu amor de quem fui separado.

Não temas os ferros deste gradeado
Nem as espadas ruins que há em meu redor
Tu de Montemaior agora chegado
Nesta hora chegado de Montemaior
Conta-me o recado que trazes mandado
Do meu amor de quem fui apartado
Não temas os ferros deste gradeado
Nem as espadas ruins que há em meu redor.

Saiba a minha gente de quem vens mandado
Que todos lá saibam em Montemaior
Cada vez mais luto pelo que eu lutava
Que sou todos sabem soldado do povo
Não foi só a mim que isto aconteceu
A muitos mais foi e deles um fui eu
Na sombra da noite eu fui afastado
Por gente sem rosto e longo braço armado.

INSTRUMENTAL

Vida que ganhei nunca foi por esmola
Pois criança ainda apascentar o gado
Da encosta ao vale e da planície à serra
Era o meu livro de eu andar à escola
E anos depois já homem feito o arado
Era o meu jeito de escrever na terra
E o gesto franco de lançar sementes
Era dividir o pão por toda a gente.

INSTRUMENTAL

Conta quem cá viste neste gradeado
Conta as espadas ruins que há em meu redor
Conta que eu luto pelo que lutava
Que a vitória é certa e já não vai tardar.

Que ainda mais me ama quem me tem amado
Que ainda agora luta pelo que eu lutava
Se é esse o recado que trazes mandado
Lá da minha gente outro eu não esperava
Conta quem cá viste neste gradeado
Conta as espadas ruins que há em meu redor
Conta que eu luto pelo que lutava
Que a vitória é certa e já não vai tardar.

Saiba o meu povo de que vens mandado
Que todos lá saibam em Montemaior
Cada vez mais luto pelo que lutava
Que sou todos bem sabem soldado do povo.

Composição: Adriano Correia de Oliveira e Manuel da Fonseca





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