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Rio Antigo

Ademilde Fonseca

O Rio antigo, quero relembrar,
E o maxixe que ele conheceu,
Alguma coisa, para confortar nossos amores,
Ao mundo, a você quero falar,
No bonde que o burrinho esperava, a gente se aprontar,
E na vaquinha, que parava há nossa porta, pra nos deleitar.

As nossas ruas que eram bastante estreitas, então,
Bem pensado, eram mais largas,
Relativamente, do que hoje são,
E falando, da iluminação,
O que é verdade é que a luz era fraca,
Mas nunca faltou, luz num lampião.

Naquele tempo, era Zona Norte,
E nas cantinas de toda cidade,
Pois quem disse, "Independência ou Morte", alí passou,
A sua mocidade,
São Cristóvam, era sem igual,
Com seu pomposo, Passo Imperial,
E as liteiras que andavam todo o dia, o bairro, maioral.

Que é da rua famosa, que até inspirou a versão,
Do Cái, Cái Balão,
Onde estás ó Rua do Sabão,
Que fizeram de ti ?
E da tua colega do Piolho ?
Na cabeceira, puseram mais flores,
Passaram a mudar, tudo por aí.

No carnaval, usava-se de tudo, que era água,
E as vezes, era tudo, e que gozado,
O tal limão de cheiro,
Que nem sempre era lisonjeiro,
Zé Pereira, teve o seu passado,
Naquele tempo, que não volta mais,
Dava prazer o encontro, com as fantasias, tão originais,

Pra terminar, eu não posso deixar de falar, no Castelo,
Nesse morro, que foi abaixo,
Para alí surgirem, hó quanta ironia,
Castelos, castelos mais castelos,
Com o progresso, cresceu a cidade,
E o preço do pão, que calamidade !...

Composição: Alfredo da Rocha Vianna Junior





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