A música me acompanha desde quando eu nasci
Eu comparo meu bem com a rosa, foi a primeira que ouvi:
“Eu comparo meu bem com a rosa, que apanhada do pé desfolhou
não há dor mais cruel neste mundo do que seja um desprezo de amor”
Depois o tempo passou fiquei moço e numa festa
cantei a primeira vez a valsa “Violão em seresta”:
“Meu violão em seresta, à luz de um luar
a natureza em festa tudo parece cantar”
Depois mudei pra cidade, e a canção derradeira
que eu cantei pra minha amada foi o “Mourão da porteira”
“Lá no mourão esquerdo da porteira, onde encontrei você pra despedi
tem uma lembrança minha derradeira, foi um versinho que eu nele escrevi”
E aqui distante a saudade não sai de minha idéia
recordando a minha terra escrevi “Paineira velha”;
“Paineira velha, abandonada, lá na estrada do meu sertão
tem uma história do meu passado que está gravada no coração
te conheci eras pequena em meio ao mato onde nasceu
todas as tardes eu te regava e assim depressa você cresceu”
Depois de “Paineira velha” todo o Brasil percorri
Quantos versos de amor até hoje eu escrevi
Recordando tudo isso minha lembrança é sem fim
Por isso escrevi Lembrança cujos versos diz assim:
“Vai...lembrança, não voltes mais
para acalmar os meus ais
neste dilema de dor
Vai... para bem longe de mim,
não posso viver assim
devo esquecer este amor”